Prefeitura homenageia servidoras no Dia Internacional da Mulher
Prefeitura homenageia servidoras no Dia Internacional da Mulher
Publicado em 12/03/2018 19:09
Mulheres compõem 78% do quadro de pessoal da Prefeitura de Viçosa.
No Dia Internacional da Mulher, a prefeitura de Viçosa homenageou 46 servidoras públicas municipais reconhecidas por seus pares pela competência e zelo no ambiente de trabalho com a honraria “Mulher Cidadã Maria Nasser Ribeiro Gomes – Tia Lili”. As homenageadas foram escolhidas por seus colegas de trabalho e representam as secretariais municipais, autarquias, unidades escolares, unidades de assistência social e unidades de saúde.
A solenidade de entrega dos troféus e certificados foi realizada no salão nobre do Centro Administrativo na noite do último dia 8 (quinta-feira). A mesa diretiva foi composta pelo vice-prefeito Arnaldo Andrade; pelo superintendente de Gestão Pública e Governança, Luciano Piovesan Leme; pela juíza diretora do Foto da Comarca de Viçosa, Dra. Rosângela Fátima de Freitas; pela pró-reitora de Assuntos Comunitários da Universidade Federal de Viçosa (UFV), professora Viviane Silva Lírio; pela representante da 10ª Cia Independente de Polícia Militar de Minas Gerais, Sgt. Ivone Barbosa Santana Vilella; pela presidente da Comissão de Direitos Humanos, Segurança Pública e Cidadania da Câmara Municipal, Vereadora Brenda da Silva Santunioni; e pela senhora Marilia Nacif Barbosa, sobrinha da Tia Lili.
O prefeito Ângelo Chequer não pôde comparecer à solenidade devido a uma viagem de última hora, mas enviou um vídeo, que foi reproduzido no evento. Ele fala sobre a importância das mulheres no quadro da prefeitura, parabeniza as homenageadas, e assina um decreto que institui a Semana Municipal da Mulher, que a partir de 2019 passa a contar com uma diversa programação.
A biografia da mulher que dá nome à honraria foi lida pela ouvidora da Secretaria de Saúde, Semíramis Della Lucia. A história de abdicação à filantropia de Maria Nasser Ribeiro Gomes e seu exemplo de cidadania e grandeza de alma emocionou aos presentes na solenidade. O troféu entregue a todas as homenageadas leva os dizeres “Honraria Mulher Cidadã Tia Lili, dedicada às servidoras de destaque do Município de Viçosa em homenagem ao Dia Internacional da Mulher”. A honraria será entregue todos os anos.
O superintendente de Gestão Pública e Governança, Luciano Piovesan Leme, reforçou em sua fala o compromisso do Município de Viçosa de lutar ao lado das mulheres, que compõem 78% do quadro de servidores da prefeitura. “Nossas ações no que diz respeito às políticas públicas para as mulheres estão além desta homenagem. Política Pública se faz com diálogo e integração de órgãos e sociedade civil organizada, por isso criamos no organograma da Prefeitura a Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres, que centraliza as ações e dá suporte à Casa das Mulheres”, destacou Luciano em sua fala.
Ainda sobre a Casa das Mulheres, Piovesan disse que o Município está admitindo a unidade como uma política pública municipal e garantiu sua continuidade mesmo com a extinção do programa de extensão universitário que a mantinha. “A Prefeitura se prontificou a custear uma bolsa de apoio técnico no valor de R$ 1.500 mensais para a supervisão dos trabalhos das estagiárias e reafirma a manutenção da cessão do espaço e infraestrutura de água, luz, telefone internet e transporte para o funcionamento da Casa.
BIOGRAFIA DE TIA LILI
MARIA NASSER RIBEIRO GOMES, a TIA LILI cuja memória é hoje objeto de homenagem, nasceu de pais libaneses, em Jequeri, Minas Gerais. Sua família , buscando vida melhor, passou ainda por Coimbra e Teixeiras, antes de chegar a Viçosa. Aqui moravam, já casadas, duas irmãs mais velhas, e aqui ela encontrou o companheiro de sua vida, Fábio Ribeiro Gomes, pontenovense, à época, estudante de Agronomia. Ela trabalhava como comerciária na loja “A Libanesa”, cujos proprietários eram seu irmão, Nasser Simão Muanis, e seu cunhado, Mansur Nacif.
Casada com Fábio Ribeiro Gomes, agora professor na mesma Universidade onde se formara, atual UFV, não teve filhos, ao passo que suas irmãs e irmãos iam formando família numerosa, tornando, assim, numerosos os seus sobrinhos que, casando-se e tendo filhos, formaram um pequeno contingente a chamá-la de TIA LILI. Logo os amigos desses legítimos sobrinhos também passaram a chamá-la TIA LILI, modo fácil de identificá-la, mesmo porque ela tinha sempre aquela atitude acolhedora das tias e das tias-avós.
Na família ela foi sempre socorro pronto para todas as situações: ajudava nos cuidados com os doentes, com os bebês recém-nascidos, com as mamães novatas, com aqueles que tinham de se hospitalizar. Também ajudava nas ocasiões festivas, cozinhando, servindo, limpando. Um verdadeiro anjo da guarda.
Chegou o momento de o marido estudar no exterior e o casal foi para os Estados Unidos, onde morou cinco anos.
Em 1960 instalou-se aqui uma colônia de famílias norte-americanas, trazendo professores para os cursos de pós-graduação da UFV, e tia Lili foi selecionada para ensinar-lhes o português. Fez muitos amigos e sua casa se tornou verdadeiro consulado brasileiro. Ela sempre foi alegre e hospitaleira, essa, uma qualidade cultivada e valorizada pelos libaneses, em geral.
Ao mesmo tempo, praticava sua religião, frequentando com assiduidade as cerimônias da Matriz de Santa Rita de Cássia, ajudando nos ritos religiosos e dando assistência fraternal aos ministros. Passou, ela mesma, a ser Ministra da Eucaristia, o que a enchia de legítimo orgulho. Levou esse ministério até o final do seu tempo.
Em contato com os meios religiosos, entusiasmou-se com o movimento denominado “Oficina de Oração e Vida”, criado e conduzido por um religioso espanhol, Frei Ignácio Larrañaga. De participante, passou a instrutora, e as reuniões aconteciam na garagem da sua casa e, posteriormente, em sala que ela adquirira e mobiliara, no Edifício Nelson Mandela, especialmente para essa finalidade.
Foram inegáveis os benefícios auferidos pelos que frequentaram os grupos de oração, e são muitos os testemunhos. E os “sobrinhos” iam aumentando...
Enquanto isso, sobrinhos de sangue dela, filhos da irmã Anita Chequer, com apoio do prof. Darcy Bessone, encetaram a construção de um hospital que iria se chamar Hospital São João Batista. No momento de se instalar o hospital, e no afã de ajudar, que sempre a movia, sentiu-se convocada. E ajudou quanto foi possível, em todos os setores administrativos do hospital: nos serviços de copa e cozinha, na assepsia e limpeza, no atendimento ao público, nas diversas instalações hospitalares, na contratação de atendentes e enfermeiras, na instalação e assistência aos pacientes, inclusive espiritual, pois, como já mencionei, era ministra da Eucaristia. Nessa atividade constante de assistência social, Tia Lili conheceu de perto as necessidades dos grupos mais frágeis da sociedade, e destinava-lhes o que lhe sobrava de recursos financeiros, atendendo a quantos podia, aí incluídos a Creche Filantrópica da Comunidade Assistencial e Educacional do Bairro Nova Era e o Berçário e Creche Santa Rita de Cássia, da Pastoral do Menor.
Construiu e aparelhou, com os recursos da venda de uma casa na praia, a Capela do Hospital São João Batista, e cuidava de mantê-la limpa e florida.
O Hospital, em reconhecimento, dedicou a ela uma sessão importante: o CENTRO CIRÚRGICO MARIA NASSER RIBEIRO GOMES (Tia Lili).
Dedicou também recursos generosos à Igreja de São João Batista, e isso foi lembrado pelo Pároco, ao celebrar suas exéquias, na Capela Funerária do Hospital, construída também com sua ajuda.
Assim passou-se a vida de Tia Lili e o Município de Viçosa se engrandece ao oferecer seu exemplo de cidadania e grandeza de alma à posteridade. Que seu exemplo frutifique entre os viçosenses.
por DCM